A nova gestão na Indústria

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O mundo vem evoluindo conforme os anos vão passando. As pessoas se locomoviam através de cavalos. Depois vieram os carros à combustão interna e hoje os carros movidos à energia elétrica já fazem parte da nossa realidade.

Antes da revolução industrial os produtos eram feitos de maneira artesanal, depois em produção em série e hoje a impressora 3D promete revolucionar a manufatura.

Agora, e a gestão? Gerir as pessoas há 100 anos, ou 50 anos atrás, é da mesma maneira que agora? Posso te garantir que não mais.

Da mesma maneira que vários processos evoluíram, alguns menos que os outros, mas evoluíram, a gestão também o fez. Mas como foi isso? Na manutenção também? Como as startups estão ajudando neste processo?

Não deixe de continuar aqui que já irei te contar!

A gestão do passado

O mundo mudou com a revolução industrial. E com ela a primeira e segunda guerra mundial. Não é à toa que todos os 3 eventos estão correlacionados uns com os outros.

Com a criação das indústrias houve uma necessidade de um grupo de pessoas irem para um mesmo lugar, para fazerem a mesma atividade, com um mesmo uniforme durante um período pré-determinado. Isso porque os trabalhos dependiam um dos outros e tinham uma sequência importante para obter o produto final. Coincidente ou não, em um exército as pessoas utilizam o mesmo uniforme (pequenas diferenças em detalhes das fardas devido às patentes), cada com sua função que no final almejam um mesmo resultado.

Da mesma maneira, não sei se você já observou, as escolas também possuem uma dinâmica parecida. Grupos de alunos separados por determinada graduação, com horários pré-definidos onde você é punido por errar ou beneficiado se acertar. Ok, mas onde está a gestão nisso?

A gestão era hierarquizada e setorizada. Equipes trabalhavam separadamente, muitas vezes com poucas interações e os níveis inferiores da pirâmide deveriam simplesmente obedecer ao que era solicitado pelos superiores. Um fluxo de informações que vinha de cima para baixo.

O conhecimento tinha muito valor (assim como hoje), mas havia um receio muito grande de disseminá-lo.

A gestão da manutenção no passado (mas que ainda existe…)

A gestão de manutenção é algo relativamente recente. Iniciou-se com a corretiva e somente depois, em meados do século 20 foi-se mudando para preventiva e em seguida preditiva. Expliquei isso no artigo “O Que É Manutenção”.

Apesar de ainda existir até hoje e poder até dar certo em algumas empresas, a manutenção era um setor subordinado à produção. O gerente fabril era responsável tanto por este setor quanto pela produção. Com isso a grande maioria sempre favorecia a manufatura, uma vez que a empresa vende o que produz, não manutenção (salvo às prestadoras de serviços dessa área). Neste contexto as máquinas possuíam um ciclo de manutenção corretiva, estratégia essa que gera estresse entre os funcionários, aumento de custos e difícil acordo entre às áreas envolvidas.

A gestão nos dias de hoje

Existe uma tendência hoje de mudar a gestão para uma modalidade que vem dando certo em empresas de tecnologias. Vou fazer uma correspondência para você entender:

Equipes setorizadas:

Antigamente os setores eram separados em formatos de blocos. Cada um em uma região física diferente. Hoje muitas delas possuem salões abertos com equipes multidisciplinares. Pessoas de áreas diferentes/formações diferentes trabalhando em um objetivo comum.

Flexibilidade de horários:

muitas áreas e negócios permitem uma flexibilidade de horário de trabalho. Já foi identificado que cada pessoa consegue produzir mais sob determinadas condições. Se é possível essa flexibilidade, seja de horário ou local de trabalho (home office, por exemplo) muitas empresas têm explorado isso para alavancar ainda mais seus resultados.

Áreas de descanso:

muitas empresas de tecnologia estão investindo em ambientes mais descontraídos e que levem as pessoas a uma sensação mais agradável de ambiente, uma vez que é comum nos dias de hoje passarmos mais tempo no trabalho que em qualquer outro lugar.

A foto a seguir é um exemplo na Braskem.

Fluxo de informações multidirecional:

Antigamente apenas os gestores com cargos estratégicos das empresas podiam definir o que poderia ser feito ou desfeito. Nos dias de hoje as empresas tendem a ter uma abertura maior para funcionários que trabalham mais próximos do produto a identificarem pontos de melhoria para a companhia. Você pode estar se perguntando: por que isto não existia ainda. A resposta é simples: cultura!

Promoção de atividades internas e externas:

As empresas têm investido na troca de experiência entre funcionários de uma mesma companhia que trabalham em plantas diferentes e que os mesmos possam ir em outras empresas que possuem um produto fim diferente para poderem copiarem as melhores práticas e apliquem onde trabalho (o Benchmarking).

Ok, interessante. Mas e na manutenção, como isso seria possível?

Imaginei que você pudesse ter pensado nisso. Tenho uma resposta para você.

A gestão nos dias de hoje na manutenção

Como disse anteriormente, algumas práticas são replicáveis em alguns lugares e em outros não. Um exemplo simples. Um funcionário de execução de preventiva que trabalha na manutenção não pode trabalhar de casa (home office), como pode fazer um funcionário de compras, marketing ou mesmo contabilidade. Porém existem outras que são mais simples, pequenas, mas muito eficazes.

Trabalhei uma siderúrgica brasileira que há pouco mais de um ano fundiu-se com uma empresa austríaca. Há cerca de 2 semanas conversei com um amigo que trabalhava na produção e ele me falou sobre mudanças que ocorreram lá e trouxeram ganhos satisfatórios na produção e rendimentos dos funcionários. São elas:

Alteração na escala de trabalho:

Os funcionários que trabalham em rodízio de turno tinham uma escala complicada, eu mesmo nunca entendi ao certo como funcionava. Mas percebi que era ruim pois em poucos dias da semana os colaboradores trabalhavam em todos os 3 turnos e quase nunca folgavam no final de semana (dias em que a maioria de seus amigos e familiares estarão de folga e poderá aproveitá-los). A escala foi alterada de tal maneira que os funcionários permaneciam por vários dias seguidos em um mesmo turno e garantindo mais finais de semana de folga.

Espaço para descanso:

Foi criado um espaço com água, café, cadeira, onde o operador poderia uma quantidade de vezes ao dia se ausentar do posto e ir até este local para descansar.

Folga em dia de aniversário:

Todo funcionário tem direito a folga no dia do seu aniversário.

Participação do chão-de-fábrica nos novos projetos:

Criado um canal para que os funcionários sugerissem as melhorias que identificavam fazer sentido para o ponto onde trabalham.

Parecem coisas simples e sei que algumas empresas já aplicam. Mas essa ainda não é uma realidade da maioria. Tudo porque existe uma cultura e ela precisa ser alterada gradualmente.

As startups na indústria 

Uma startup é uma empresa de tecnologia que resolve determinado problema de uma empresa ou pessoa de maneira prática e permite sua aplicação e replicação de maneira fácil e rápida.

Grandes empresas possuíam um setor de tecnologia interno cujas informações ficavam fechadas à 7 chaves. Hoje, na era do conhecimento, a evolução das coisas acontece de uma maneira muito rápida. Por serem burocráticas devido a hierarquia, aprovações, dentre outros motivos, as empresas nem sempre conseguem acompanhar as mudanças com tanta facilidade.

As grandes companhias estão se aproximando de startups, investindo em sua rapidez, versatilidade e potencial tecnológico para resolver problemas e com isso criando soluções para si próprias e, muitas vezes, junto com essas empresas de tecnologia, vendendo o mesmo produto para seus concorrentes. Imagina você hoje descobrindo novas ferramentas para otimizar o seu processo e seu cliente pagando você por isso? Parece loucura, mas empresas como Arcelor Mittal, Localiza, Vedacit e muitas outras já estão dentro deste universo.

Isso tudo faz parte da nova gestão!

E você, onde está nesta mudança?

A única certeza é a mudança. As vezes reclamamos que nossa empresa não muda, na minha não é assim, se eu tivesse uma oportunidade… mas o que nós podemos fazer para empresa e para nós mesmos?

Como toda evolução, a da gestão e principalmente a da gestão voltada para a manutenção está mudando. Uma prova disso é que em muitas companhias um gerente deste setor tem a mesma liberdade de tomada de decisão que o da produção. Um não é subordinado do outro, hoje são pares.

Se pudesse te dar uma dica, seria: identifique a dor da sua empresa, veja como pode resolvê-la de uma maneira diferente e fique atento ao que outras empresas estão fazendo. Você pode pegar algo que uma empresa de informática faz e aplicar à sua realidade. Ou o que uma empresa que faz sorvete fez e adaptar à sua realidade. Inovar pode ser fazer algo que já é realizado de uma maneira diferente. Como já dizia um professor da faculdade na natureza nada se perde, nada se cria. Tudo se copia! (Em muitos momentos essa é a melhor opção)

Se sua empresa não investe em inovação, veja como você pode inovar algo que é feito há mais de 30 anos da mesma maneira e assim poder aumentar ainda mais os resultados dela.

A nova gestão é isso: questionar o velho, adaptar a sua realidade algo de outra empresa que está dando certo, batalhar por resultados, aliando tudo isso no processo de inserção de mais tecnologias para dentro da companhia. Sem esquecer de uma coisa: pessoas. Alta performance aliada à melhor qualidade de vida das pessoas.

 

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