Gerenciamento do Ciclo de Vida: o pilar 4 do TPM

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Em 2010 trabalhava em uma empresa de construção civil (quem nos acompanha já deve saber disso). No mesmo ano a empresa decidiu ir ao mercado e buscar verba para ampliar a produção da planta. Com isso conseguiu um empréstimo.

Até aí tudo bem. Nada diferente do que qualquer empresa faz. Nossa surpresa foi quando o setor de suprimentos fez contato com nós funcionários da manutenção para resolver um assunto contábil. Uma máquina estava vindo do Canadá e eles não sabiam informações sobre ela. Nossa resposta foi (com toda sinceridade):

– Caso vocês descubram nos contém, por favor. Não estamos sabendo nada sobre este equipamento.

Uma máquina responsável pela produção de um material responsável por 70% do faturamento da companhia e cujo setup era realizado pelo setor de manutenção havia sido comprado e não havíamos sido consultados. Para não delongar vou dizer qual foi o resultado desta aquisição:

  1. A empresa acertou na marca da máquina (tínhamos 2 e a escolhida era melhor)
  2. A máquina foi adquirida com motores enrolados para 380V. Nossa planta trabalhava com 440V.
  3. A largura da pista onde a máquina trabalhava tinha dimensão diferente da especificada para comprar a máquina
  4. O dono da empresa fabricante da máquina veio fazer a parte de comissionamento e ao chegar deparou com estas situações.

Ou seja: tivemos que rebobinar os motores, alterar algumas dimensões e lá se foram cerca de uma semana com o responsável pelo comissionamento parado na empresa.

Seria possível ter evitado isso tudo? Sim! Desta maneira:

Histórico de equipamentos

Apesar de termos um setor de PCM novo, com apenas alguns anos vida, tínhamos um histórico mínimo que permitiria evitar todos os problemas acima.

Você pode estar pensando: está bem, mas não tenho histórico, ou software de manutenção, ou sequer o manual do equipamento. Como faria isso?

Simples, você teria informações básicas que poderiam ser fornecidas pelos funcionários da manutenção. Vamos ver quais?

  • Tensão de alimentação (resolvendo a situação dos motores)
  • Manutenabilidade (qual é mais fácil de dar manutenção) e atende aos requisitos mínimos da produção
  • Material sobressalente. Consigo encontrar facilmente ou somente com o fornecedor do equipamento?
  • Qual é a especificação do meu produto? Com isso você define as características básicas do equipamento.

Uma máquina foi confeccionada para trabalhar de uma maneira. Se você altera suas especificações pode influenciar em sua resposta no momento da produção. Ao mesmo tempo alterações podem diminuir o ciclo de vida do equipamento e confiabilidade.

Melhorias

As melhorias são aplicadas à equipamentos cuja funcionalidade está comprometida devido ao desgaste causado por sua utilização ou para adequá-los a uma realidade diferente à que foi projetado (adequação à NR 12, por exemplo).

Estas melhorias normalmente são realizadas por uma equipe multidisciplinar que prevê as mudanças e quais os resultados alcançados após a implementação. Com isso um equipamento que teoricamente iria perder sua função após desgaste ganha mais alguns anos de vida entregando resultado dentro do especificado.

LCC

Traduzido o LCC significa Custo do Ciclo de Vida de um equipamento. Ou seja, ele avalia qual é o custo de uma empresa manter aquele equipamento na planta. Não somente para questões contábeis mas como também definição de custos de manutenção de equipamento (ou OPEX) ou investimento (ou CAPEX). Talvez você trabalhando hoje na manutenção não tenha uma visão clara de como as classificações acima podem impactar no resultado de uma empresa. Eu entendo, para mim não era claro também. Mas para não fugir do nosso assunto aqui e não te deixar “no escuro” te digo apenas que para investidores, bancos e conselho de uma empresa existe uma diferença grande como estas informações são contabilizadas e logo qual o rumo em que sua empresa está tomando.

É importante para a manutenção entender até quando é válido ela “insistir” em um equipamento. Ao invés de realizar melhorias descartá-lo e buscar a aquisição de um novo

 O pilar 4 do TPM

Baseado em tudo que colocamos aqui, o pilar 4 do TPM é o processo de acompanhamento de uma ativo desde sua aquisição, manutenção e fim da vida útil, quando devemos substituí-lo por outro que possa entregar um resultado com maior eficiência. Quando digo com maior eficiência é com menor custo possível e maior produção.

Para conseguirmos isso é ideal uma análise do histórico de equipamentos, criação de planos de manutenção, acompanhamento do custo de manutenção do equipamento e rodar este ciclo até o momento de dizer: ok, está na hora de buscar outro.

Caso não seja feito isso você pode estar lutando para bater uma meta de custo ou uma disponibilidade de equipamento, ou qualquer outro indicador de manutenção, mas não o faz porque não tem condições para isso.

Já pensou nisso? E como está a aplicação deste pilar na sua empresa? Conte pra gente!

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