Poderia a manutenção corretiva ser uma opção?

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A manutenção corretiva é aquela em que o equipamento perde a sua função temporariamente e quase sempre uma intervenção imediata é necessária para fazer com que o mesmo volte às suas condições normais de trabalho.

Normalmente (e vou te explicar mais pra frente o motivo do “normalmente”) a corretiva desequilibra um dos principais indicadores do setor que é o custo de manutenção. Isto se deve à contratação muitas vezes de serviços imediatos, que são mais caros, materiais muitas vezes que não são de estoque e precisam ser adquiridos ou usinados e devido às horas extras que esta situação pode gerar. Detalhe que não levei em consideração o custo de não produção.

Você deve estar lendo este texto e pensando: diante de toda descrição de corretiva existe algum momento é que ela seja melhor que a inspeção, preditiva e preventiva? A resposta é sim e eu irei te falar o motivo aqui!

Análise de criticidade

Antes de citar exemplos reais e práticos sobre a manutenção corretiva como principal estratégia de manutenção, irei informar dar a você ferramentas que ajudarão na tomada de decisão. E a primeira delas é a análise de criticidade.

A criticidade de um equipamento pode ser qualificada como A, B ou C. Sendo A o mais crítico e C o menos crítico. Esta análise leva em consideração basicamente a segurança da equipe, a imagem da empresa perante os clientes, a organização dos equipamentos fabris dentre outros.

Quando um equipamento é considerado criticidade A consideramos que deve ser utilizado o máximo de recursos possíveis para que o mesmo não quebre. Como por exemplo manutenção preditiva, preventiva e lubrificação por exemplo.

“Mas em todos os casos devo usar a preditiva?”

A resposta é não. Este tipo de manutenção ainda é de alto custo para algumas empresas. Com isso é bastante importante fazer uma análise prévia de viabilidade.

A criticidade B é um equipamento importante para o processo. Por ser B possivelmente o mesmo tem algum outro equipamento em By-pass, ou reserva, por exemplo.

E o C? O C é o equipamento que sua parada não influencia na segurança, entrega do produto final, na imagem da empresa, no custo e por aí vai…

Mas como seria isto na prática?

As 54 máquinas de solda

Há 10 anos atrás trabalhei na gestão da manutenção de uma empresa de construção civil onde existiam 54 máquinas de solda. Criamos um plano de inspeção mensal para que nosso inspetor avaliasse periodicamente as condições de funcionamento cada uma delas.

Com o passar dos meses descobrimos que dificilmente o mesmo inspecionava todas as máquinas de solda. Ao conversar com ele descobrimos que:

  • Era um trabalho imenso encontrar as máquinas pois os soldadores estavam em constante movimentação na fábrica
  • Das 54 máquinas cerca de 25 (hoje não me lembro com exatidão o número, mas era algo em torno disso) apenas trabalhavam simultaneamente. Ou seja, se uma estragasse tinha reserva
  • As falhas das máquinas eram basicamente 3: cabo elétrico rompido, plug steck danificado ou transformador queimado. Todos itens de estoque

Diante dessas informações cancelamos as inspeções em máquinas de solda. Assumimos literalmente a manutenção corretiva nelas. E os motivos são simples:

  • O custo do inspetor é muito alto para ficar parte de seu tempo procurando máquina de solda
  • Todos os itens que mais geravam manutenção eram de estoque. Ou seja, a demanda de corretiva não encarecia o custo da manutenção
  • Por ter máquinas em estoque, era possível disponibilizar uma nova para o soldador, abrir uma OS no PCM e fazer com que as ordens seguissem uma rodem cronológica de abertura, planejamento, programação e execução.

Furadeiras manuais

Semelhantemente às máquinas de solda, havia as furadeiras. Fizemos uma análise e tínhamos equipamentos reserva, as falhas eram basicamente cabo rompido, plug danificado e escovas de carvão gastas. Por isso utilizamos a mesmas estratégia das máquinas de solda.

Use seus dados e faça uma análise crítica

Como informado acima, em todos os casos foram avaliados contextos que não apenas o grau de criticidade dos equipamentos. Materiais de estoque, custo de mão-de-obra e muito mais.

Sempre conflite a literatura com a vida real. A literatura é importante, mas não devemos pensar que existe apenas o caminho indicado. Devemos conflitar o que já existe e buscar sempre a melhor solução para a empresa.

 

 

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